quarta-feira, 8 de outubro de 2008

silêêêêncioooooo!!!!!!!!!

Eu tava conversando com amigos (é sempre assim que surgem os posts desse blog) e lembrei de minhas andanças durante a execução do projeto cantos do semi árido.
esse projeto foi uma delícia porque a gente fazia o que chamo de "captação humanizada". Ao invés de levar o artista pro estúdio, a gente leva o estúdio até o artista..
Na teoria é uma coisa linda, mas na prática, isso era um tremendo abacaxi para a produtora que aqui vos fala (portanto eu amaaaava fazer).
só lembrando dois momentos...

o local era Tanquinho, interior da Bahia.
íamos gravar o canto de trabalho de um grupo de mulheres artesãs, que trabalham com sisal.
Montamos o material do estúdio respeitando a forma como elas cantam normalmente, ou seja, fazendo tricô.
depois de conseguir montar todo o circo, detectamos que todas as pessoas da cidade se locomoviam de moto... Problemas para quem está precisando captar som.
Mas pra tudo há solução....
peguei a van que tava com a gente e tranquei a rua principal da cidade.
Consegui um outro carro e tranquei o outro lado da rua.
Pronto. Tanquinho ficou um dia andando a pé.

Outro dia estávamos em Canindé do São Francisco, em Sergipe, gravando um grupo de São Gonçalo (dança típica de mulheres executada dentro da igreja).
Tudo lindo. daí, de um momento para o outro, um barulho infernal!
Chegaram OITO carros de som na praça.
Era época de eleição e todos os vereadores resolveram fazer campanha em frente à igreja justamente naquele dia!!!!
Honestamente, achei que não ia consegui, mas como quem não chora não mama, fui tentar uma negociação com eles.
Cheguei com a cara do gato de botas de shrek e pedi encarecidamente, de carro em carro, para que desligassem o som.
Cara de pau, né?
Pois num é que TODOS os carros ficaram quietinhos até a gente terminar de gravar?

E olha que eu só tenho um metro e meio!!!!!!

imagina se eu tivesse um metro e oitenta...