sábado, 28 de junho de 2008

maldades aéreas

quando meu povo quer ser ruim é fogo!

vê essa:

estávamos com um novato na equipe (falei que não ia citar nomes...).
primeira viagem de avião.
todos se arrumando na aeronave e um dos experientes fala p outro experiente:
- trouxesse grana?
- trouxe não, mas o quinteto me adiantou.
- pois é... preocupado com a comida, cara. Acho que vou ficar com fome.
-fala com os meninos p ver se eles adiantam algum...

o novato escuta a conversa atentamente...

todos se arrumam.
os veteranos ensinam ao novato tudo que é preciso saber para voar (nada!:p). demonstram para o novato que estão cuidando dele. Ganham a confiança do cara.

um veterano, na frente do coitado, pede grana da produção pra mim e eu faço a cena, dou a grana e tudo o mais.

na hora do serviço de bordo, todo mundo se serve.
o novato olha p aeromoça e fala:
-não, obrigado.

os meninos, não satisfeitos, insistem, falam que comida de avião é uma delícia e tal e que ele não pode perder a oportunidade, que qualquer coisa os meninos adiantam a grana e depois ele paga.

o cara come.

nova escala.
novo serviço d bordo.
dessa vez o novato bate o pé dizendo que não quer, que não está com fome e pronto.

quase fim do vôo.

um veterano diz para o outro:
-pagasse?
-paguei?
-quanto?
- cinquenta, cara, acredita???
-aff! isso é porque tu só comesse um, ?
-o preço subiu demais!

A cara do novato era de dar dó!
o cara tava branco!
sustentaram a mentira até o fim.

o cara já tava contando os trocados quando o comandante anuncia:
-senhoras e senhores aqui fala o comandante Tal...
-Oxi!!! Esse num foi aquele que derrapou na pista na semana passada? Segura, que ele é ruim demais!!!!

coitado do novato...

uma outra vítima deles foi flagrada sentada no chão da sala de desembarque, com a mão na cabeça, olhando os instrumentos rodando na esteira.

perguntaram:
-o que foi que houve?
ele responde:
- pensando na volta...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

dodói...

Não aguento mais ficar doente.
Dizem que com a imunidade baixa por conta das perdas que vivi recentemente.
Pode ser.
Mas o fato é que sou alérgica a todos os anti inflamatórios e analgésicos e tenho que sentir todos os sintomas das mazelas que pego.

Anteontem a minha tia (que é a minha pediatra) me examinou e disse:
- não tem pus na garganta e não tem febre, então não tem bactéria. Não vou te dar um antibiótico assim de graça. Fique de cama e pronto.

Ontem eu já comecei a ficar muuuito feliz. Tive febre :)

Hoje aconteceu a coisa mais feliz da minha vida!
Apareceu pus na minha garganta!!!!!!!!! ÊÊÊÊÊ
Sei que parece meio nojento, mas vcs não sabem o que é ficar mole, de cama, arriada, sem conseguir respirar nem ouvir nada e não poder tomar um remedinho sequer...
a sensação é que vc não tá se cuidando.
e o pior é que todos os amigos ficam sugerindo o nome de 500 remédios p vc tomar, mas já baixei hospital três vezes, jurando que ia morrer por conta de alergia.
Deus me livre!!!

Agora vou poder tomar remédio!!!! Antibiótico pode!!!!
Quero um antibiótico na veia!!!!

Amigos, fiquem felizes!
Tenho pus na garganta e febre!!!! :)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

não é fácil...

Rapaz, falei com o pessoal do quinteto pra gente retomar o projeto "Cantos do Semi árido".
É que acho que as minhas histórias já estão muito velhinhas, apesar da maioria não conhecer, mas esse negócio de blog vicia.
Travo quando olho pro computador. Não consigo lembrar nem o que eu fiz ontem pela manhã..
Acho que vai ter mais graça quando eu estiver no campo e escrevendo ao mesmo tempo!
Bem que me disseram pra eu não começar com essa história de blog!

vcs estão me dando muito trabalho, viu?!

Dona Zefa

Gente,
fiz vários trabalhos em Poço Redondo, no interior de Sergipe.
Guardo aquela terrinha no meu coração e as figuras de lá também.

Quando estávamos gravando o DVD sobre a região, conheci Dona Zefa da Guia.
Mulher espetacular. Moradora da Serra da guia, onde há uma reserva de orquídeas.
Ela é a parteira mais experiente do lugar(já fez mais de 5 mil partos, segundo ela mesma!!!!).

Fomos gravar a receita do "pirão de mulher parida" que ela faz para mulheres que acabaram de dar à luz.

Durante a gravação, aconteceram algumas situações, eu diria, curiosas...

A primeira foi quando fomos gravar ela matando o galo pra fazer o pirão.

o maior clima de gravação no ar...

- Atenção! Silêncio! Gravando!

E Dona Zefa puxa a cabeça e os pés do galo, quebrando o pescoço do bicho, sem permitir que ele dê nem o seu último pio.

Daí, surge a pérola da equipe:
- dá pra fazer de novo?

Vcs precisavam ter visto a cara de Dona Zefa!
E ela, com toda a tranquilidade do mundo responde:
- Ele já morreu...

Continuamos a gravação.

Dona Zefa passa a faca no pescoço do galo e voam váááário caroços de milho que o bichinho tinha comido antes do sacrifício.
Na hora correm inúmeras galinhas e se fartam com aquele, digamos, "sobejo" do galo.

Honestamente, eu invejo o desapego das galinhas...
Tenho muito o que aprender com elas.

Não fiquei até o final, mas dizem que a equipe comeu (o pirão!) e se fartou.

Tenho saudades daquele lugar.

Um belo dia, volto à região para realizar outro projeto e encontro Dona Zefa na rua.
Ela abre o seu largo sorriso e fala:
-ô, minha filha, que saudade!

-Dona Zefa!!!! Tem feito muito pirão?

- Até que não, minha filha, mas vc bem que tá precisando de um pouquinho. Qualquer dia some. é tão pouquinha...

É importante registrar que eu estava acima do peso, lutando contra a balança todos os dias.
coitadinha da Gisele Bundchen!!!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

índios...

Gente, num falei que rendo histórias com índios?
Lembrei de outra.
Tava na França (chique e fina!!!) com o quinteto.
Lá estava também uma delegação enoooorme do Pará.
Em meio a todo esse povo, um grupo de índios do Xingu!
Eles não gostavam muito de conversa e tinham muita dificuldade de se comunicar em português.
Mas, como eu não levo isso em consideração, no final da temporada já estávamos quase amigos. (hehehe).

Daí, eu, toda simpática, chego e falo:
-bom dia, cacique! td blz?

O cacique solta um palavrão (palavra enorme) em "sei lá o quê" (língua que eles falam).

Eu: - Epa, cacique, num me xingue não!!!!

E o outro índio:- o que ele falou quer dizer "mulher bonita".

Eu: - Obrigada... (qq se fala numa hora dessas??????)

E o cacique, ousado como ele só, solta a seguinte pérola: - tenho sete mulheres, mas tem vaga p mais uma!

Bem feito pra mim, ?
Da próxima vez, respeito quem quer ficar quieto!

Imagina só, eu no Xingu, com o cacique e suas sete mulheres, comendo peixe com a mão todo dia!!!! Tô fora!!!!

mais uma sobre índios...

Gravei uma comunidade indígena de Alagoas.
conseguimos fazer a captação do material, mas precisamos esperar um monte de outras burocracias para termos a verba pra concluir o trabalho.
o cacique não era assim uma pessoa muito... simpática.

No lançamento do CD, um ano depois, o cacique chega pra mim e fala:
-ô, minha filha, vc plantou esse cd aonde, hein? que terrinha ruim danada! demorou um ano p dar!!!

eu mereço!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Matuto sofre...

gente, uma rapidinha pra vcs.

estávamos pegando uma carona pitoresca num carro de boi (daqueles com roda de madeira e tudo) no interior de Pernambuco.
Conosco estavam integrantes do quinteto e a produtora de um famoso programa da Globo de São Paulo (já me arrependendo desse negócio de não citar nomes. que saco!).
Os bois (Rio Negro e Moreno) não eram muito educados e não estavam muito bem da barriga, o que nos colocava numa situação, digamos, desconfortável... eles "flatulavam" a cada dois segundos sem a menor cerimônia.
A pobre paulista branquinha já estava roxinha. E nós um pouco constrangidos de termos colocado ela naquela roubada alegando que seria um passeio que ela dificilmente teria chance de fazer novamente.
De repente, um grito do nosso condutor:
- Olha a gaia!!!!!!
todos os pernambucanos abaixaram e a paulista levantou pra olhar a gaia!
resultado: ela com um corte no rosto e eu com mais uma historia pra contar!!!

Matuto sofre, ?

peixinhos indígenas

Bem, vou deixar de enrolar e começar logo a contar as minhas aventuras por aí.

Só pra situar quem não me conhece, já que esse blog é muito famoso e tenho o Brasil e o mundo inteiro querendo saber das minhas aventuras, sou produtora cultural desde que me entendo por gente. antes não tinha esse nome, mas assumi esse rótulo quando fui trabalhar com o Balé Popular do Recife e depois, com o Quinteto Violado.
Tenho isso com profissão desde 1999.
Já andei o Brasil quase todo (menos a região norte) com esses meninos que carinhosamente chamo de bebês. Agora estou num momento freelancer, que está me rendendo aventuras em universos diferentes.

Pra quem não sabe o que é um produtor cultural, eu facilito o entendimento. É uma babá de artistas. Costumo dizer também que ser produtor é brincar de gincana.

Vou começar por uma história que já se tornou um clássico.

"peixinhos indígenas"

Um projeto da Fundação Quinteto Violado que me rendeu muitas histórias foi o "cantos do semi-árido", onde a gente procura um ícone cultural, normalmente em cidades bem pequenas e vai lá, NA CASA DA CRIATURA, registrar a sua arte em CD ou DVD.

A minha missão dessa vez era gravar um grupo de índios Fulni-ô.

Não sei se tenho sorte ou azar com índios, mas tenho muitas histórias..

conheci o líder desse grupo num evento em Olinda.
Toinho (baixista do quinteto e secretário de cultura de Olinda, na época) me apresentou a ele, que respondeu ao meu sorriso de "oi tudo bem" com um contundente "quem é vc?".
(O fato é que a comunidade indígena tem sido usurpada e pisada todos os dias pela comunidade dita de brancos e para toda ação, há uma reação, né?)

Resumindo a ópera, a criatura disse que só ia gravar se fosse conhecer a minha casa pra saber quem eu era.

Levei ele até a Fundação. Mostrei fotos e Cds dos outros produtos do projeto. Tudo Ok. sou boa nisso.

Marcamos a gravação a ser realizada na própria aldeia, sabe Deus como (gincana é gincana!) e o índio, agora meu chapa, disse que estaria me esperando com peixinhos fritos, pescados por ele mesmo.

Na data prevista fomos até a aldeia.

íamos chegar lá às 8h.
Atrasamos.
Chegamos lá ás 10h.
Pegamos ele na casa dele e fomos procurar um lugar que tivesse menos ruído.

Passamos o dia todo entrando e saindo de lugares que tinham muito carro, muito passarinho, muito vento... Ai meu Deus!!! Me deu uma canseira só de lembrar.

Conseguimos achar esse lugar (acreditem) às 18h. Devolvemos o cara na sua casa, onde estavam os seus 5 filhos e a sua esposa.

quando fui me despedir ele falou:
-Epa! Espera! E os peixinhos? não vai comer??? Eles estão prontos desde as 07h da manhã!!!

Ui! Não poda dizer não. Como todo bom produtor, pensei rápido.
-Equipe! Vem aqui!
convoquei a todos para participar do banquete.

Sentei no sofá. Lá vem o pratinho com cinco peixinhos fritos desde 07 da matina!!! Peguei, botei no meu colo e pensei: relaxa...os índios daqui são urbanizados... Esperei um pouco e ele falou:
-não vai comer?

Era exatamente o que eu temia!!!
O único talher que me foi apresentado foi uma colher que servia pra pegar a farinha em outro pratinho, colocar na mão e jogar pra dentro da boca, sabe como é?

Gente, já andei o Brasil todo. Sou capaz de sobreviver 5 anos comendo só pão com manteiga, mas tenho VERDADEIRO HORROR a comer PEIXE COM A MÃO!!!!!! ( a minha filha e a minha mãe são o extremo oposto. odeiam comer peixe de talher.)

Respirei fundo. Peguei o peixinho e comi.
Uma delícia. De verdade! Muito bom mesmo! Ele é um excelente cozinheiro!!!

O problema é que não conseguia parar de pensar na mão engordurada... o peixe travava na garganta.
Consegui comer um inteirinho.
A minha equipe comia gemendo, se deliciando. Aí eu pensava : SOU MUITO FRESCA MESMO!!!

Assim que acabou a minha batalha, rapidamente, falei:
-tava ótimo (e tava mesmo!). Onde eu posso lavar as mãos?

Ele pensou um pouco e disse:
-Aqui.
me mostrando uma bacia um pouco maior que um prato de sobremesa com uma água que tava ali fazendo não sei o quê.

Mergulhei a mão, olhei em volta, não havia sabão, detergente ou coisa que espumasse, por perto.

A produtora pensou rápido de novo: vou tirar a gordura na toalha.

o índio pensou mais rápido ainda e sacou uma camiseta do ombro de um dos seus filhos que passava por ali e falou:
-enxuga aqui.
-Obrigada.

É importante registrar que o resto da equipe (éramos 5) lavou a mão na mesma água e tirou a gordura na mesma camiseta (que devia ser tamanho 5, infantil).

quando saímos ele falou: amanhã vou fazer um assado pro café da manhã. (UI!!)

No dia seguinte tomamos um farto café da manhã no hotel que estávamos hospedados, que fica a 1h da aldeia, e chegamos ( estrategicamente, porém sem maldade) atrasados.

Assim que nos avistou, nosso amigo falou:
-Poxa, vida!!! Vcs atrasara e o grupo comeu todo o assado.

fiquei triste.
Querem saber o que foi que eu perdi?

TRIPA DE BODE ASSADA COM JACA MOLE!!!!
ah! tudo pra ser comido com a mão, é claro.


Ps: Esse índio hoje é um grande amigo meu. Um guerreiro da cultura que admiro e apoio. o CD ficou lindo. todo cantando na língua deles com a letra e a tradução no encarte. Foi gravado numa casinha no meio do nada com eles cantando e dançando com microfones até nos pés.

sábado, 14 de junho de 2008

não reparem...

Sabia que esse negócio não ia dar certo...
tentando mexer no blog e fazendo a maior arte!
Picasso tá morto de inveja de mim agora!
Gente, prometo que vou pedir ajuda aos universitários e vou tentar deixar isso com cara de blog.
Essa foto enooorme no começo, tá difícil. Já apertei tudo que foi botão e só faz piorar.

conto com a compreensão de todos.

ui! criei um blog!!!

Gente,
Fiz um blog!!!!!!!

Sempre tive medo dessas coisas, ó.
Acho que tenho muito a esconder. Hehehe

Quero avisar aos amigos que relaxem os bigodes que evitarei citar nomes...

O que me fez aparecer assim do nada no mundo virtual foi uma sessão de gargalhadas que o blog de Tell Aragão (recomendo!!!!) conseguiu arrancar de mim, num dia pra lá de choroso.

Tava péssima e tinha uma penca de amigos que insistiam em me levar pra uma festa de São João.
Adoro São João, mas, definitivamente, não tava com clima pra isso.
Sabia que não ia ser fácil convencer as pessoas de que queria ficar em casa e curtir o meu sábado à noite com um bom cochilo, pra, quem sabe, pegar uma prainha com chuva no dia seguinte.

Pensei: tenho que ficar bem... Por mim e pela galera... Assim fica mais fácil dar o ninja na festinha.

Foi aí que tive a idéia brilhante de navegar no blog de Tell.
Passei hooooooras lendo.
Me encontrei.
Fantástico.
Me deu uma alegria que eu realmente não esperei sentir naquele dia.
As pessoas começaram a ligar pra me pilhar pra ir pra festa e eu simplesmente dizia: gente, eu to ótima. Tô lendo o Blog de Tell a horas e tô morrendo de rir.

Foi fácil conseguir ficar em casa em paz.

Daí, lembrei das histórias que vivo na estrada da minha vida doida de produtora.
Lembrei que tenho várias delas escritas e que algumas são surreais.

Pirei e resolvi brincar disso também!

Ui. Agora é de verdade.

Em breve, histórias de idas e vindas de uma pernambucana de um metro e meio, metida que só a gota, que vive batendo perna por esse mundo de meu Deus.