quarta-feira, 30 de julho de 2008

o prefeito e o repórter

Gente, teve uma boa.

A gente tava em turnê de São João e tinha uma equipe de TV acompanhando, filmando tudo, mostrando como eram os bastidores de uma turnê.

A equipe escolheu uma determinada cidade para gravar o show em si, com a participação do público e coisa e tal.

chegamos na bendita cidade.
caía um verdadeiro dilúvio, mas passou e nós começamos o show.
só que na frente do palco tinha um rio fundo e largo que se formou com a chuva.
resultado: o público lá na casa de nosso senhor...
E não sei se todo mundo que tá lendo sabe, mas público é feito mulher na TPM, só o Pai celestial sabe como vai se comportar.

Esse público era imóvel!!! O cara precisando das imagens do povo dançando e a galera assistindo com a mão no queixo, sabe como é?

Pois esse homem pegou ar! pegou o microfone e deu um esculacho na cidade! Disse que já tinha ido em velórios mais animados que aquilo! Foi um horror!

O prefeito, que tava no camarim, ouviu tudinho.
Deu uma confusão danada. Quase que a gente não conseguiu receber o cachê.

Se o prefeito não pagasse, eu ia cobrar da emissora!!!!
Nunca vi aquilo na vida!

Eita bagagem difícil de carregar!!!!

domingo, 27 de julho de 2008

coisas do nosso sertão...




Tava dando uma passeada no blog de Tell e vi umas fotos que ela fez no Sertão de Pernambuco.
Lembrei de como as minhas andanças naquele pedaço do Brasil me fizeram crescer e ter uma visão diferente do mundo.
Aprendi a olhar pro umbigo do vizinho lembrando da gordurinha localizada que envolve o meu.

Por exemplo:
Uma vez tava em Poço Redondo, interior de Sergipe, pra gravar um DVD (vcs ainda vão ouvir muitas histórias de lá aqui nesse blog).
O dia amanheceu totalmente nublado. Íamos gravar uma externa num lugar dificílimo de chegar (onde Lampião foi assassinado). E eu tava pensando (e quase xingando) como ia ser melhor se tivesse aquele céu azul de sertão pra fazer as minhas imagens...

Daí pegamos uma caminhonete pra ir pra locação.
Eram 5h da manhã.
Tinha uma nuvem preta sobre as nossas cabeças.
Eu tava com a testa franzida, preocupada com o resultado da filmagem e, sentado junto de mim, tinha um agricultor, assentado do MST, que planta quiabo.
A região vive na maior seca e, apesar do Rio São Francisco ali do lado, tem a maior dificuldade pra irrigar a plantação e tudo fica mirrado...

Ele olhou pro céu e, com os olhinhos brilhando, disse:
-que dia lindo, né?

Refleti, olhei a roça seca e respondi, quase com vergonha de tudo que pensei:
-É.

É o sertão professor ensinando que o belo é relativo...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

coisas de produtor

Desculpa a ausência, meu povo, é que eu tava no Festival de Inverno de Garanhuns e os meus dedinhos estavam congelando e não tinha a mínima condição de teclar...

Foi uma experiência totalmente nova pra mim, tendo em vista que nunca fui pra passear, só pra trabalhar, e esse ano enfiei o pé na jaca, mas isso é uma outra história.

Lá lembrei de uma boa!

Estava eu fazendo a produção de um dos grupos de música instrumental mais brilhantes do Brasil e tudo corria muuuito bem.

Marcamos a passagem de som para 17h, pra ficar pertinho do início, que era às 19h.

durante a passagem, o violonista (um dos maiores músicos do Brasil!!!!) olha pra mim e fala:
-Carlinha, o meu PRÉ RMC quebrou... tem como conseguir outro?

(Na hora ouvi aquela frase: "seu rei mandou dizer"...)

Vcs devem estar pensando: o que é PRÉ RMC????? Pois foi exatamente o que eu pensei.

Daí o cara me falou:
-todo violonista tem.

Pensei: beleza! sem problemas.

Comecei a ligar para o Recife inteiro. Todo mundo que tocava profissionalmente, músicos internacionais, gente famosa, ninguém tinha esse trem!!!!

Estava começando a entrar em pânico.
O tempo voava e a gente ainda nem tinha passado o som do violão!
E o pior, eu não sabia se ia conseguir esse negócio!

Numa das minhas quatrocentas e oitenta e duas ligações, consigo falar com um violonista que tinha o troço!

daí ele fala pra mim:
- Carlinha, eu até tenho, mas tá na minha casa. Eu tô aqui numa festinha de confraternização e não tem ninguém em casa...

Detalhe: a festinha era do outro lado da cidade!

Quase peço pra eu ir pessoalmente abrir a casa do camarada e caçar esse troço lá dentro, mas não precisou.
Ele falou que ia lá pegar, que era só o tempo dele chegar em casa.
perguntei a ele quanto era o aluguel e ele (fofo) disse que era uma honra salvar o show de um grupo tão maravilhosos como aquele.

Ele disse que queria apenas duas entradas para assistir ao espetáculo.
Disse a ele que se quisesse levar a festinha toda pra lá eu garantia os ingressos.

O PRÉ RMC chegou lá às 18h e 45 min!!!
passamos o som do violão em 05min!

O show foi liiiindo!
(Adoro brincar de gincana, principalmente quando eu ganho. hehehe)

No final, levei o nosso anjo pra conhecer o violonista, que se derreteu em elogios à boa ação dele!

Daí o anjo falou que o já conhecia de um festival que aconteceu em Brasília, etc. A conversa fluiu lindamente.

Quando eu estava indo jantar com o grupo no meu carro (a van indo vazia. kkkk), o violonista muda o semblante e fala sério:
-Carlinha, eu lembrei do Festival que o cara falou. Eu estava na comissão que reprovou duas músicas dele!!!

Eu quis morrer!
ainda bem que ele não tava mais com a gente, senão era capaz de me jogar nos pés da criatura!

A ignorância me salvou, se soubesse desse episódio, não tinha nem ligado pra ele.

Coisas de produtor....

terça-feira, 15 de julho de 2008

cheguei!




e trouxe na bagagem:

a purificação do Cheiro de mar
a recuperação no Colo de pai e mãe;
a satisfação da música de manhã;
a mágica do café com risada;
a leveza das pernas para o ar;
o aconchego do colo de filha;
a plenitude das gargalhadas gratuitas;
o prazer do cuscuz ensopado, do bolo de cenoura e da tapioca de seu Adolfo;
o aprendizado de muitas partidas perdidas no gamão;
a identificação com o colo de amigo;
a mágica dos reencontros;
o astral da barraca do Paulinho;
o frescor da água de coco;
o crescimento através da perplexidade com a imensidão do mar;

A alegria da certeza de que Deus existe...
e que nem o duro retorno da volta à realidade vai apagar o que o carinho de Dele fez por mim nesses dias.

Ps: fico chata quando sou séria, né? :p

quinta-feira, 10 de julho de 2008

resetando...

Gente,
Num tô muito escrivinhadora esses dias porque tô tentando pensar seriamente na minha vida.
Deixar de fazer piada só uns diazinhos não faz mal a ninguém.
Tô me preocupando em olhar o mar, tomar decisões, tirar um cochilo, pensar na vida, nadar um pouco, matutar, comer e dormir.
Como vcs podem ver, tô com uma vida muito difícil, mas sei que vou sobreviver.
Estarei em retiro até segunda-feira, quando volto com carga total escrevendo bobagens aqui para os meus fieis e queridos leitores.
Não entrem em pânico.
Volto logo
Beijos p todos

terça-feira, 8 de julho de 2008

No ceará...

Cheguei em Aracati hoje, ás 07 horas da manhã, a fim de desfrutar um pouco do colo do meu pai e da minha mãe, que moram em Canoa quebrada.

Meu tio foi me pegar na rodoviária.

assim que me viu, me deu um abraço e perguntou:
-tá com fome? já "merendou"? "quéz" um taquinho de grude?

Não resta dúvidas. Tô no Ceará.
:)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

"mudernidade"

e eu achava que eu era perdida nesse novo mundo tecnológico.
Semana passada descobri que sou praticamente o ás da internet!

Estava conversando com um músico de renome nacional (dá uma vontade de dizer...) que tava precisando ouvir uma música, daí falei:
-te passo em MP3.
Ele:
-acho que no meu computador num tem isso não...
Eu:
- tem em tudo que é computador... é um tipo de arquivo que vou te mandar...
Ele:
-e como faço pra virar disquinho? acho que vou ter que falar com as minhas filhas...
Eu:
-desisto. é melhor falar com as suas filhas mesmo...

tem um outro músico muito famoso (não digo o nome nem sob tortura) que não usa celular.

a gente nunca consegue encontrá-lo. temos que deixar recado trezentas vezes na casa dele pra tentar que ele entre em contato conosco.

A filha dele, revoltada, comprou um celular pra ele.

ele, revoltado mais ainda, disse que não ia usar de jeito nenhum, que era uma invasão de privacidade e que a vida toda viveu só com telefone convencional.

A filha argumentou dizendo que o carro dele poderia quebrar de noite e seria muito mais fácil conseguir socorro, etc.
resultado:
o celular vive desligado dentro do porta-luvas e ele fala pra todos:
-se o carro quebrar, ligo o celular!

e isso não é nada. infelizmente acho que meu pai me colocaria de castigo se eu relatasse as vezes que ele me ligou dizendo:
- sumiu! eu tava escrevendo e sumiu tudo!!!!

teria um monte de história pra contar...

hum... pai, mãe, deixa, por favor....