Acordei pensando na fragilidade do passarinho...
moro numa casinha no meio do mato.
assim que acordo, abro logo a porta de casa pro dia invadir o meu pequeno e aconchegante lar.
hoje, abro a minha porta e vejo, no chão, um ninho de bem-te-vi.
um pouco mais adiante, cascas do ovinho que tinha dentro e um bebê passarinho morto.
a chuva de ontem derrubou o ninho que estava na cesta da samambaia que tenho na varanda.
quanta fragilidade, né?
A minha filha quis chorar inicialmente. gemeu, como de costume e na sequência, perguntou:
-posso levar pra escola pra fazer experiência?
Neguei. tava muito abalada emocionalmente para permitir qualquer tipo de maldade com aquele quase cantador.
não mexi em nada e fui levá-la à escola.
quando voltei, flagrei a mãe pegando o ninho (inteiro) e levando para uma árvore (talvez achando que o bb ainda estava lá).
mas logo ela voltou.
Eram 7h da manhã. São 11h e 15 min e ela ainda está aqui na varanda da minha casa.
Pia alto. voa e volta. Sempre para o mesmo lugar. (a um metro, no máximo dois, de mim, que sou uma ameaça pra ela)
não tive coragem ainda de pegar o bebezinho.
não sei se respeitando o luto daquele bichinho ou com medo de levar uma bicorada (bem-te-vis fêmeas são muito brabas).
agorinha mesmo dois passarinhos vieram pegar no chão uns galhinhos que caíram do ninho e foram cruelmente expulsos da varanda por ela.
um dia pensei diferente, até escrevi um texto sobre o tema, mas hoje aprendi:
O "Amor de passarinho" é muito mais forte do que eu imaginava.
Será que passa?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Que belo texto Carlinha! A princípio me emocionou e depois me fez pensar: maternidade..., quanto Deus é grande nas pequenas coisas!
pois é, Nilton...
e a vantagem maior de morar em contato com a natureza é sentir a presença de Deus nesses momentos.
Volte sempre
Por acaso vim parar aqui e me deparo com essa lindeza sobre os passarinhos. Tenho um fraco por essas criaturas com asas. Acho que são uma inspiração à parte. Quanto ao amor...ah, esse invade mesmo todos os lugares e criaturas de Deus, não tem como ser diferente.
Abraço!
Magna
Postar um comentário